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Por muito tempo, o Automobilismo Paranaense foi tratado somente como esporte amador, não se dando o devido valor às conquistas e recordes obtidos pelos “bravos competidores”. Mas depois dos anos 1980, começou a ser visto com outros olhos, com a participação de patrocinadores e assessorias de imprensa, para relatar as conquistas, divulgando matérias sobre todas as etapas realizadas, fazendo crescer a importância dos campeonatos e ações de marketing das empresas envolvidas.

Nessa época, os Campeonatos Paranaenses de Velocidade no Asfalto e Velocidade na Terra realizaram grandes temporadas e com equipes patrocinadas por empresas de renome. Exemplos como o da Atlantic, que montou uma equipe com nove pilotos em diversas categorias na Velocidade na Terra, a M2000 com os pilotos Gastão Weigert e Chico Maia na Velocidade no Asfalto e no Rally de Velocidade, com a Equipe Volkswagen de Rally no início e a Equipe Seat de Rally na sequencia, entre outros grandes momentos do automobilismo paranaense.

Com três autódromos (Cascavel, Londrina e Curitiba) e diversos kartódromos pelo Paraná, muitos pilotos fizeram seus nomes serem lembrados pelas conquistas estaduais, interestaduais ou nacionais, tais como Dado Andrade, Paulo de Tarso, Flávio Trindade, Gastão Weigert, José Bornemann, Bley Jr, Armin Kliewer, Helmuth Schroeder, Chico Maia e Edgar Favarin, entre outros. O Brasil vivia seu momento de ouro, com vários pilotos passando inclusive pela Fórmula 1 e nas mais diversas categorias na Europa e EUA.

Nesse momento, começou a surgir um grande piloto, Christiano Bornemann, que aprendeu muito acompanhando as corridas do seu pai e já pensando em colocar seus parceiros comerciais para divulgar seus produtos nessas competições, o que é muito comum nos EUA. Chris Bornemann passou pelo Jeep Raid e Rally de Regularidade, mas foi na Velocidade na Terra onde obteve suas maiores conquistas, sagrando-se tricampeão Paranaense, pentacampeão Brasileiro, bicampeão da Copa Brasil e bicampeão da Copa Santa Catarina de Terra, além de várias vitórias em provas de longa duração.

O mais importante, não só para Chris Bornemann, mas para os campeonatos que disputou, foi a integração que realizou entre as empresas de autopeças e similares com relação a automóveis e o automobilismo. Realizou diversas ações com o público e promotores de eventos, divulgando o nome de empresas como a WD-40 Embretech, Mundial Prime, Luciflex, Metal Matrix, Vhip Acessórios, Reickdal Escapamentos, Mecar Carburadores, Maxi Cabos, NSO Borrachas, Pointlux, Lion Polimers e H7 Desengraxante entre outras.

O nome disso é merchandising, ou como agora é mais conhecido, Marketing Esportivo. Um empresário representante comercial, utilizando o automobilismo para divulgar seus parceiros comerciais. É inteligente e produtivo. E o piloto/empresário Christiano Bornemann deixou sua marca no automobilismo paranaense, catarinense e nacional, com um belo trabalho de marketing, para alavancar sua carreira de piloto. Está aí um grande exemplo a ser seguido no Brasil, pois a criatividade supera as dificuldades. Parabéns Chris Bornemann.