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A 10ª edição da Corrida do Milhão, realizada no final da manhã de hoje em Goiânia, trouxe além de uma corrida espetacular, um pódio verdadeiramente apoteótico. Disputada em altíssima velocidade pelos 2.696 metros do anel externo do circuito da capital de Goiás, a prova foi vencida por Rubens Barrichello, que leva um milhão de reais pela segunda vez após ter vencido em 2014 também em Goiânia.

Barrichello aproveitou-se de toda sua experiência, de um carro muito bem acertado e de uma estratégia diferente em relação aos ponteiros do grid para subir no degrau mais alto do pódio – além, claro, do Fan Push votado pelo público. Em sua última parada de box, a três voltas do final, conseguiu sair à frente do então líder Max Wilson, da Eurofarma-RC. O português Antonio Félix da Costa, que correu como convidado da Hero Motorsport, fechou o pódio em terceiro lugar.

“O Mau-Mau (Maurício Ferreira, chefe da equipe) dizia para não termos medo de sermos diferentes. Ficar na pista era um risco, pois podia entrar um safety car, que já tinha entrado outras vezes. Para nós, graças a Deus, não recebi nenhum toque, mas foi uma prova de muitos acontecimentos, alguns acidentes que a gente precisa revisar. De qualquer forma, ficar na pista andando rápido e, cara, usar o Fan Push, aquele que o público votou, aquele que o público me ajudou. É realmente pagar de volta todos aqueles momentos que a gente teve junto nos 19 anos de Fórmula 1. Agradecer a Deus por estar aqui – vou sempre me emocionar, porque não posso me esquecer do problema de saúde que tive no começo do ano. Com 46 anos, competitivo desse jeito, só posso agradecer aos céus de verdade”, discursou.

O público lotou as arquibancadas, arena e camarotes do Autódromo Internacional de Goiânia em uma manhã bastante quente. O pódio, montado no meio da arena, colocou o público junto a seus ídolos, a uma proximidade jamais vista na Stock Car – o que tornou a comemoração do vencedor ainda mais memorável. “Goiânia é muito especial para mim. Eu tinha um sentimento quando acordei hoje de manhã: o de que seria muito competitivo, mas não seria fácil”, pontuou.

Foi a primeira vez que a Corrida do Milhão aconteceu em um circuito de anel externo. O traçado de 2.696 metros proporcionou as médias de velocidades mais altas da Stock Car, com os carros completando uma volta a até 204 km/h de média.

O pole position Daniel Serra manteve a ponta na largada, e saindo de segundo, Barrichello foi superado por Félix da Costa. Entretanto, o carro de segurança fez sua primeira intervenção já na quarta volta, após a batida de Galid Osman. A relargada aconteceu três giros depois, e na nona volta voltou à pista depois que Julio Campos saiu da pista por causa de um toque e também acabou batendo.

Rubinho ainda foi superado por Lucas di Grassi, e logo começaram as primeiras paradas de box, em movimento aberto pelo líder Serra e Di Grassi. Barrichello foi na volta seguinte. Daniel Serra teve um pit stop lento, e voltou atrás de Félix da Costa. Optando por primeiro abastecer e trocar pneus só na segunda parada, Lucas Foresti assumiu a liderança.

Na 23ª volta, um acidente envolvendo Thiago Camilo, Cacá Bueno, Bruno Baptista e Daniel Serra forçou a terceira entrada do safety car. Quando a bandeira verde liberou a disputa, Da Costa superou Foresti na saída da curva 1. Max Wilson fez o mesmo trazendo Barrichello e Di Grassi.

Max e o português aproveitaram para fazer a segunda parada na volta 31, enquanto Rubinho assumia a liderança para parar na volta seguinte. Enquanto isso, Felipe Massa saía da pista depois de um toque com Denis Navarro. Com um pneu furado, foi o fim da Corrida do Milhão para Massa.

Barrichello só parou para abastecer no 34º giro, e saiu imediatamente à frente de Max a quatro voltas do final. Na linha de chegada, os três primeiros receberam a bandeirada separados por apenas 1,2 segundo. Foi a senha para a festa da torcida nas arquibancadas. Rubinho fez zerinhos pela pista e, ao parar na reta, repetiu, com o filho caçula o gesto feito em sua primeira vitória na Corrida do Milhão, quatro anos antes, também em Goiânia, quando subiu no teto do carro com o primogênito Dudu.

“Eu tenho dois filhos; subi no carro para comemorar com um na primeira vez e eu queria subir com o outro – e eu tinha um feeling de que isso iria acontecer. Só me concentrei em fazer tudo certo – voltas, pit stops – e estar na pista lutando para que meu filho subisse no teto do carro junto comigo. É um sentimento especial, uma alegria enorme estar vivendo isso hoje e poder dividir o pódio com meu filho, com o público. Este pódio foi maravilhoso”, explicou.

“Quanto ao milhão, vou usar a minha parte no Instituto Barrichello, que faz um trabalho bem bacana e, como todo instituto, sofre as suas dificuldades para tentar ajudar o Brasil a melhorar um pouco”, concluiu.

Felipe Fraga foi o quarto colocado na prova, seguido por Marcos Gomes, Ricardo Zonta, Allam Khodair, Daniel Serra, Guga Lima e Bia Figueiredo. O argentino Agustín Canapino terminou a prova na 12ª posição. Felipe Massa, após o furo de pneu com a saída de pista, concluiu em 22º lugar.

Na disputa pelo título, Daniel Serra mantém a liderança com o oitavo lugar conquistado neste domingo (165 pontos), mas Marcos Gomes se aproximou ao terminar em quinto e agora soma 130. Max Wilson é o terceiro na tabela com 120, seguido por Felipe Fraga (117) e Rubens Barrichello com 115. Julio Campos, Cacá Bueno, Ricardo Zonta, Lucas di Grassi e Átila Abreu fecham os dez primeiros da classificação geral.

A Stock Car volta em ação dentro de duas semanas com a sétima etapa da temporada em rodada dupla que será disputada em Campo Grande (MS).

 

Resultado da Corrida do Milhão:

1º) 111 Rubens Barrichello (Full Time Sports) – 39 voltas em 41m24s444

2º) 65 Max Wilson (Eurofarma RC) – a 0s684

3º) 444 Antonio Félix da Costa (Hero Motorsport II) – a 1s250

4º) 88 Felipe Fraga (Cimed Chevrolet Racing) – a 4s791

5º) 80 Marcos Gomes (Cimed Chevrolet Racing Team) – a 7s333

6º) 10 Ricardo Zonta (Shell V-Power) – a 9s654

7º) 18 Allam Khodair (Blau Motorsport) – a 10s703

8º) 29 Daniel Serra (Eurofarma RC) – a 15s700

9º) 9 Guga Lima (Vogel Motorsport) – 17s707

10º) 3 Bia Figueiredo (Ipiranga Racing) – a 17s911

11º) 46 Vitor Genz (Eisenbahn Racing Team) – a 17s71

12º) 86 Agustín Canapino (Cimed Chevrolet Team) – a 18s321

13º) 12 Lucas Foresti (Cimed Chevrolet Racing Team) – a 18s635

14º) 8 Rafael Suzuki (Bardahl Hot Car) – a 19s279

15º) 70 Diego Nunes (Full Time Bassani) – a 34s995

16º) 117 Guilherme Salas (Bardahl Hot Car) – a 38s925

17º) 555 Renato Baga (Bardahl Cifarma RZ) – a 42s133

18º) 44 Bruno Baptista (Hero Motorsport) – a 42s169

19º) 51 Átila Abreu (Shell V-Power) – a 1 volta

20º) 5 Denis Navarro (Cavaleiro Sports) – a 8 voltas

21º) 11 Lucas Di Grassi (Hero Motorsport) – a 9 voltas

22º) 19 Felipe Massa (Cimed Chevrolet Team) – a 9 voltas

NÃO OMPLETARAM

23º) 21 Thiago Camilo (Ipiranga Racing) – a 18 voltas

24º) 0 Cacá Bueno (Cimed Chevrolet Racing) – a 18 voltas

25º) 77 Valdeno Brito (Eisenbahn Racing Team) – a 21 voltas

26º) 90 Ricardo Maurício (Full Time Sports) – a 22 voltas

27º) 4 Julio Campos (Prati-Donaduzzi Racing) – a 32 voltas

28º) 110 Felipe Lapenna (Cavaleiro Contuflex) – a 34 voltas

29º) 28 Galid Osman (Cavaleiro Sports) – a 37 voltas

30º) 1 Antonio Pizzonia (Prati-Donaduzzi Racing) – a 39 voltas

31º) 30 Cesar Ramos (Blau Motorsport) – excluído

32º) 83 Gabriel Casagrande (Vogel Motorsport) – desclassificado

33º) 33 Nelson Piquet Jr. (Full Time Bassani) – desclassificado

MELHOR VOLTA: Antonio Félix da Costa, 47s622 (média de 203,7 km/h)

 

Classificação do Campeonato:

1º) Daniel Serra – 165 pontos

2º) Marcos Gomes – 130

3º) Max Wilson – 120

4º) Felipe Fraga – 117

5º) Rubens Barrichello – 115

6º) Julio Campos – 89

7º) Cacá Bueno – 80

8º) Ricardo Zonta – 71

9º) Lucas Di Grassi – 68

10º) Átila Abreu – 65 pontos