Após cinco dos nove dias de competição previstos, o South America Rally Race vai fazendo jus ao pretendido título de “mini Dakar” sul-americano. Com percurso total de 4.200km e utilizando as mesmas regiões da Argentina onde a principal competição off-road do mundo trafegou entre 2009 e 2018, o SARR já marcou a memória de seu comboio de 1.500 pessoas tanto pelo nível técnico quanto pelos riscos assumidos desde o último dia 16 de fevereiro, quando a corrida foi iniciada em Catamarca, a noroeste do país.
Nesta terça-feira, a exemplo do próprio Dakar, a competição realiza o dia de descanso antes de seguir para os últimos quatro dias de corrida. “Na verdade, a única coisa que não fazemos neste dia é nos deslocar. Mas o trabalho das equipes é intenso. Todos os equipamentos são desmontados e revisados. É um procedimento necessário, pois uma quebra pode te tirar um resultado conquistado com tanto esforço até aqui – ou mesmo te tirar da corrida de uma vez”, diz Rodrigo Varela, atual campeão do Rally dos Sertões na categoria UTV. Rodrigo lidera o SARR ao lado do experiente navegador Lourival Roldan, competindo pela equipe Can-Am Monster Energy.
Depois de completar os 2.126km dos primeiros cinco dias em 35h23m485s, a dupla tem uma vantagem de 36m23s sobre os argentinos Diego Bias/Azategui Conrado. “Os argentinos têm a vantagem de conhecer bem melhor o terreno do SARR. Vários deles disputaram as edições do Dakar aqui, além de outros rallies regionais”, diz o atual campeão do Sertões. “Nós estamos indo muito bem, apesar de este ser o meu primeiro rally fora do Brasil. Estou aprendendo muito”, completa.
O terceiro e quarto lugares são ocupados no momento, respectivamente, pela dupla chilena Juan Carlos Araya/Victor Silva e os argentinos Alfredo Olmedo/Daniel Lopez. O Brasil vem bem colocado também com Allan Cestari/Weidner Moreira e Gunter Hinkelmann/Filipe Bianchini, quinto e sexto colocados na classificação após cinco dias de prova.
O tricampeão mundial Reinaldo Varela e o navegador argentino Fernando Imperatrice aparecem na oitava colocação, atrás dos argentinos Nazareno López/Ricardo Torlaschi. Muito experiente e um dos nomes brasileiros mais respeitados no cross-country internacional, Reinaldo e o navegador argentino Imperatrice enfrentaram vários problemas na primeira metade do SARR.
“Desde o início o trajeto apresentou muitos perigos e situações tecnicamente difíceis tanto para o piloto quanto para o navegador”, diz ele. “Felizmente até aqui os acidentes não foram tão dramáticos, mas muita gente caiu em valas ou se perdeu. Somente no terceiro dia, mais de 40 veículos tiveram imprevistos desse tipo. Então, o SARR está merecendo o apelido de mini Dakar, realmente”, avaliou Reinaldo Varela. O South America Rally Race retoma a competição nesta quarta-feira, com largada em Chilecito, a 300km da fronteira com o Chile.