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Segundo o Índice J.Cocco (IJC) publicado nesta semana pela agência especializada em marketing esportivo de mesmo nome, pela primeira vez o futebol deixou de ser a modalidade classificada em primeiro lugar naquele ranking de adequação ao patrocínio e investimentos. O maior esporte de massa do País vem decrescendo na avaliação do índice, que avalia 55 modalidades esportivas, enquanto o automobilismo assumiu a liderança. Essa alteração surge quando o esporte a motor no Brasil ganha especial impulso, resultado do fortalecimento da Stock Car e da Copa Clio e do surgimento de uma categoria de altíssimo nível, o Brasil GT3 Championship – que estreou somente em agosto de 2007 e já se consolida como uma das líderes no cenário esportivo nacional devido à qualidade de seus pilotos e a sofisticação de seus supercarros.
O gráfico divulgado pela JCocco ilustra a queda do futebol, que foi de 1.535 pontos em outubro de 2006 a 1.481 em abril de 2008, segundo o índice IJC. No mesmo período, o automobilismo evoluiu de 1.402 pontos para 1.497 pontos, assumindo o primeiro lugar. Segundo o texto divulgado pela assessoria da empresa, “Isso significa que, em abril de 2008, o automobilismo oferece as melhores características de marketing para o mercado patrocinador e investidor”.
O texto explica ainda que “desde o início do (índice) IJC o automobilismo vem crescendo sistematicamente, obtendo a melhor pontuação nos 20 critérios de análise sob o foco de marketing. Por sua vez, o futebol veio numa curva descendente, principalmente pelas audiências menores, menor interesse do público jovem, ausência de craques e ídolos e, conseqüentemente, falta de bons espetáculos. Enquanto o automobilismo caminha no sentido de oferecer verdadeiro entretenimento para seus consumidores, o futebol continua na contramão do marketing esportivo, não se preocupando em oferecer entretenimento total, muito além do jogo em si”.
A realidade em números – Para os dirigentes do automobilismo, o índice IJC fez materializar diante dos olhos dos empresários, em números, uma realidade que há muito tempo era visível nos autódromos. “Não há esporte mais voltado e dedicado ao marketing que o automobilismo. Da Fórmula 1 ao kart, passando por todas as categorias, a preocupação com a exposição de marcas empresariais e o retorno publicitário é uma presença constante. O automobilismo vem avançando, e vai avançar muito mais”, diz Luis Roberto Souza, CEO da SRO Latin America, empresa que lançou e organiza a GT3 no Brasil. “É justamente por este crescimento visível no Brasil que a GT3 veio da Europa para se instalar aqui”.
Os especialistas em marketing que atuam no automobilismo também afirmam que o esporte a motor cresce em ritmo acelerado, tanto em termos de aceitação do público quanto na questão do profissionalismo. “Nunca se fizeram tantos negócios no automobilismo quanto agora”, diz Fernando Julianelli, diretor de marketing da Reunion Sports, empresa especializada no marketing esportivo e responsável pelo bom desempenho de categorias como a GT3 e a Copa Clio. “Até mesmo pelas características dos autódromos, que possuem muito mais área e instalações disponíveis do que um campo de futebol, é possível trabalhar bem melhor as ações de marketing quando vinculadas ao esporte a motor. O marketing é uma vocação natural do automobilismo, e a notícia de seu crescimento ininterrupto não é surpresa para ninguém que conhece este esporte”.
O informe da JCocco diz ainda que o terceiro lugar no ranking pertence ao vôlei, seguido do tênis, que subiu do quinto para o quarto lugar, desbancando a ginástica olímpica.