Há pelo menos um lado bom em correr por uma equipe pequena na Fórmula 1. Estou aprendendo mais neste ano de estreia por trabalhar com um número muito menor de pessoas. Quando tem menos gente ao seu lado, você se obriga a participar mais. Mais do que se estivesse numa equipe de 500 pessoas e das quais conhecesse bem apenas 15, argumentou Bruno Senna, que defende a novata HRT F1 Team.
Bruno está em São Paulo aproveitando as três semanas de férias da Fórmula 1, mas ainda não parou para descansar desde que chegou à cidade. Hoje, além de atender a novo compromisso com patrocinadores, conversou diretamente com a imprensa pela primeira vez desde a abertura do calendário em março no Bahrein. Apesar das dificuldades encontradas até agora, Bruno fala em evolução tanto da parte dele quanto da equipe. Fomos para a primeira prova sem um único teste e sem conhecer o potencial máximo do carro. Hoje, já estamos muito mais próximos desse limite, graças também aos pequenos updates de rendimento conseguidos com o novo tanque, a fiação e à parte eletrônica.
A HRT F1 Team permanece sem pontuar depois de 12 etapas. Mesmo num universo à parte, formado pelas demais estreantes, a equipe espanhola andou atrás da Virgin e da Lotus na maioria dos circuitos. Mas essa diferença já foi maior no início do campeonato, observa Bruno, que acredita que o seu talento foi capaz de desabrochar ainda que no fundo do grid. Acho que tenho mostrado meu talento. O parâmetro mais usado é o da luta com o companheiro, no qual estou bem, mas o principal é que em várias provas superei o limite do carro. Na Hungria, por exemplo, acho que extrai o máximo por muito tempo. Sei que tem gente prestando atenção e gostando, afirmou.
As duas próximas etapas serão disputadas em pistas rápidas. Spa é bastante conveniente para nosso carro na questão da eficiência aerodinâmica e do arrasto. Acredito que, potencialmente, pode ser nossa melhor corrida. Em Monza, no entanto, precisaremos trabalhar mais no carro, disse Bruno, que correrá com uma nova versão dos motores Cosworth com melhoria no torque nos GPs da Bélgica e da Itália.
Bruno admitiu ainda não saber qual será seu futuro na Fórmula 1. A única coisa que vale na F1 é contrato assinado, observou. Mas se disse confiante com suas possibilidades. Tenho boas chances de ficar. Há algumas opções e no momento estamos olhando para elas. Bruno está tão otimista que diz que a hipótese de se transferir para outra categoria simplesmente não existe. Quero continuar por muitos anos na Fórmula 1, porque é lá que estão os melhores pilotos e carros do mundo. Senão ficar lá, vou vender coco na praia, brincou.