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Confirmado pela Lotus Renault GP não apenas neste final de semana no GP da Bélgica, mas também no GP da Itália no dia 11 de setembro, Bruno Senna prometeu se entregar “de coração” à oportunidade de retornar ao cockpit de um Fórmula 1. “Mal posso acreditar que pela primeira vez correrei com um carro competitivo”, disse o piloto, que vinha trabalhando como reserva da equipe franco-britânica depois de estrear na categoria na frágil HRT em 2010.
Na volta das atividades depois do período de férias de verão na Fórmula 1, Bruno virou alvo das atenções da mídia nesta quinta-feira em Spa-Francorchamps e concentrou grande parte das perguntas na coletiva de imprensa da FIA. Com objetividade e franqueza, respondeu a perguntas que variaram da expectativa que alimenta em seu regresso ao posto de titular, às dificuldades de readaptação, estimativa de desempenho e o reencontro com a pista preferida. “Acho que não poderia voltar a correr num local mais apropriado. Spa é o meu circuito favorito e, juntamente com o de Barcelona, aquele com o qual estou mais familiarizado”, lembrou. O traçado belga, famoso pelas súbitas mudanças climáticas, foi palco da pole de Bruno no molhado na etapa da Fórmula GP2 em 2008.
Bruno não escondeu a alegria com a nova chance. “Estou ansioso para começar a acelerar. Espero usar aquele treino que fiz na sexta-feira na Hungria como experiência e criar uma boa base para a segunda parte dos treinos livres no período da tarde”, explicou. Reconheceu que a tarefa será árdua, já que os adversários – incluindo o companheiro de equipe Vitaly Petrov – trazem a bagagem de 11 grandes prêmios da primeira fase da temporada. “Terei de aproveitar cada volta para aprender, principalmente em relação aos pneus. Mas freqüentei todas as reuniões técnicas neste ano e essa relação com os engenheiros da equipe será um atalho nesse aprendizado”, declarou.
Embora sem especular qualquer projeção de desempenho, Bruno admite que o parceiro russo fornecerá as referências. “Quero me aproximar o máximo possível dele e procurar crescer a partir desse ponto. É evidente que me falta quilometragem com este carro para saber onde estou, mas sempre aprendi rápido nas categorias em que passei”, lembrou. Além disso, o conhecimento da pista deve ajudar. “Espero ter a sorte que sempre tive aqui”.

À assessoria de imprensa da Lotus Renault GP, Bruno concedeu a seguinte entrevista:

Qual foi sua reação quando soube da novidade?

Fiquei muito contente, é claro. E também nervoso com a perspectiva de entrar no carro como piloto de corrida novamente, já que não é sempre que se consegue uma chance numa equipe desta estatura. Já tive algumas oportunidades neste ano – participei de um teste de pré-temporada em Jerez, fiz testes de aerodinâmica e também fiz o treino da sexta-feira de manhã em Hungaroring. Vou me entregar de coração a esta nova oportunidade e estou ansioso de pilotar um carro bom. Me sinto confiante em entregar um bom resultado à equipe no GP da Bélgica.

A combinação do amarelo do capacete com o dourado e preto do carro trará muitas lembranças para as pessoas…

Sim, é claro que as pessoas lembrarão o visual da época do Ayrton. Será realmente especial para mim. Correr em Spa, o carro preto e dourado, o capacete amarelo, verde e azul, tudo isso é uma tremenda combinação. Colocando todos os elementos juntos, é incrível.

Reconhecidamente, você é um daqueles pilotos que adora Spa. Então, deve ser um local magnífico para começar…

Seguramente, Spa está no topo da minha lista. É meu circuito favorito e um ótimo local para começar uma corrida ao volante do R31. É longa, apresenta toda sorte de desafios e exige o melhor do piloto. Leva a habilidade dos pilotos aos limites e espero me sair muito bem por aqui.

Como é sua relação com o nome Senna?

Estou acostumado a lidar com isso desde o início da minha carreira. Para mim, o nome Senna é motivo de grande orgulho. É uma fonte de inspiração ter o seu sobrenome e pensar nele e em sua carreira me traz profundas memórias. Pressão, cobranças, comparações sempre existiram e sempre existirão. Mas, ao mesmo tempo, como sempre foi assim, aprendi a conviver com isso e me tornar um piloto mais completo. Ter esse nome tem sido tanto uma oportunidade como um duro aprendizado, mas também muito importante e inspirador. Desde que comecei, procurei ser eu mesmo e deixar claro que não estava querendo ser o Ayrton ou me comparar a ele. Sei que se eu for eu mesmo, e bom o suficiente, então poderei ser um piloto bem-sucedido.