esportes@cascavelnews.com.br

O Centro de Excelência de Oficiais de Competição é uma criação da Gestão Paulo Scaglione e visa formar diretores de provas, comissários técnicos e desportivos, equipes de sinalização e resgate, secretários de provas e demais funções relativas ao automobilismo.
Criado pelo presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Paulo Scaglione, já está em pleno funcionamento o Centro de Excelência de Oficiais de Competição (CEOC). Localizado nas dependências do Autódromo Municipal José Carlos Pace, em São Paulo, trata-se de um núcleo de formação e aperfeiçoamento dos profissionais que já atuam nas áreas técnicas e desportivas do automobilismo nacional, em todas as suas modalidades, assim como para aqueles que desejam ingressar no segmento e que agora poderão fazê-lo a partir de agora, desde que indicados por suas respectivas federações estaduais.
É uma espécie de “Universidade CBA” para formar diretores de provas, comissários técnicos, comissários desportivos, equipes de sinalização, secretaria de provas, grupos de resgate, entre outros. O CEOC é uma parceria da CBA, através do Conselho Técnico Desportivo Nacional, com a Prefeitura de São Paulo, São Paulo Turismo, Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 e Hospital São Luiz.
Desde que a Gestão Paulo Scaglione foi iniciada, em janeiro de 2001, o automobilismo brasileiro registra números crescentes em vários setores, notadamente na quadruplicação de pilotos em atividades – passando de pouco mais de 2.000 para algo em torno de 8.000 filiados – e na criação de novas competições em todas as modalidades sob a alçada da CBA, com cerca de 40 campeonatos de âmbito nacional.
Mas no bojo do crescimento de um esporte substancialmente de alto rendimento, o mesmo grau de excelência passou a ser exigido dos oficiais de competição. Para atender a essa demanda crescente por mão-de-obra especializada e necessitando de constante atualização, a CBA promoveu diversos seminários, cursos e simpósios, de 2001 para cá, para promover essa capacitação.
Porém, dada a abrangência atingida pelo esporte, a direção da entidade decidiu ampliar essas ações. “Embora esse esforço de capacitação seja constante e com resultados conhecido por todos os competidores e promotores, a CBA parte agora para uma fase mais agressiva, contado com parceiros que, sem os quais, não seria possível atingir a eficiência desejada”, explicou Scaglione.

“Semente” há muito plantada

Embora inaugurado recentemente, o CEOC teve a sua “semente” lançada anos atrás, quando o promotor do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, Tamas Rohonyi, e o presidente Paulo Scaglione fizeram gestões junto a FIA Foundation, inclusive com a apresentação do primeiro projeto objetivando a realização de congressos do gênero no Brasil.
O CEOC atuará inicialmente em dois planos distintos. O primeiro deles, em curso já a partir de primeiro dia de funcionamento, é o de atualizar todos os oficiais de competição de acordo com as normas, procedimentos e metodologias adotadas pela CBA FIA e colocadas em prática pelo CEOC. A partir da construção do maior banco de dados já existente no automobilismo brasileiro em todos os tempos, estão sendo catalogadas todas as experiências técnicas e desportivas de cada oficial.
A seguir, avaliados todos os requisitos exigidos para que um profissional possa atuar sob as exigências atuais do esporte no Brasil, diferentes graduações serão estabelecidas e este gigantesco cruzamento de dados permitirá estabelecer com precisão os níveis de excelência já alcançados. Por outro lado, para os segmentos com necessidade de aprimoramento, será possível produzir esforços pontuados para a obtenção dos níveis desejados.
Quando se fala em “níveis desejados”, a meta é ter comissários, diretores de provas e demais oficiais atuando com o máximo de eficiência. Não há espaço, no automobilismo brasileiro do Século 21, para oficiais sem a preocupação em estar atualizado constantemente na sua função. Um oficial que “no ontem” conhecia todos os procedimentos e era parâmetro de conduta, “no hoje” pode não mais estar nesse nível se não houve uma preocupação com a atualização. Toda a estrutura foi montada para que essa reciclagem ocorra, mas a manutenção do profissional nos atuais quadros dependerá unicamente dele.
“Não haverá a dispensa de um único oficial já em ação e todos serão assistidos e treinados de maneira que exista uma unificação de procedimentos e de alto nível em todo o País. Mas é importante deixar claro que o enquadramento do oficial de competição nesse novo momento do automobilismo é condição indispensável para que ele continue atuando”, esclareceu Alfredo Tambucci, o coordenador do CEOC. “A orientação do Dr. Paulo Scaglione é clara: onde quer que eventualmente ainda persistam, acabarão a improvisação e o amadorismo. E o recado vale para todos, sem exceção”, completou.

Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1

Nesse primeiro momento, tendo em vista a realização do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 no dia 2 de novembro próximo, a atividades do CEOC estarão voltadas fundamentalmente para a adequação deste grupo específico às metodologias que passarão a nortear todo o automobilismo. Nesse sentido, nada mais adequado do que fazê-lo sob a base do que há de mais moderno no automobilismo mundial.
A etapa brasileira da categoria tem obtido, sistematicamente, notas muito positivas da Federation Internationale de L’ Automobile no que se refere a atuação de todo o corpo de oficiais, que ultrapassa a casa de 600 pessoas. “A Organização do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 colabora com a CBA no desenvolvimento profissional do seu quadro técnico designando seu executivo principal da área, sr. Alfredo Tambucci, para desenvolver toda a estrutura e material didático necessários. Espera-se que o desnível técnico existente entre o Grande Prêmio do Brasil e a maioria das provas nacionais seja reduzido com esse programa”, projetou Tamas Rohonyi, promotor da etapa brasileira da Fórmula 1.

Responsabilidade das Federações

O programa tem um importante efeito multiplicador. As federações indicarão os oficiais de competição que atuam sob sua tutela para o programa de reciclagem e desenvolvimento do CEOC. De volta aos seus estados de origem, esses oficiais serão os professores que irão adequar todo o grupo local aos padrões da CBA e, posteriormente, formar novos integrantes.
Isso porque já estão abertas as inscrições para pessoas que desejam atuar no automobilismo, mas sempre por intermédio da federação local. “Ninguém vai poder procurar o CEOC para começar no automobilismo. A porta de entrada será sempre a federação e, nesse sentido, qualquer interessado pode procurar a federação de seu estado desde já”, explicou Antônio de Souza Filho, o diretor de Marketing da CBA.
Nesse processo, é fundamental a atitude participativa das federações, com a adoção das normais de âmbito nacional em seus estados. Em reunião realizada no dia 28 de julho na sede da CBA, no Rio de Janeiro, todos os presidentes de federações tomaram conhecimento dos detalhes do programa e tiveram uma minuciosa exposição dos benefícios que localmente serão auferidos. “Esse compromisso é muito importante para que não voltem a acontecer alguns episódios desagradáveis já vistos. Realizamos alguns seminários e cursos ao longo deste período. Entretanto, alguns oficiais, mesmo empolgados com os ensinamentos adquiridos, tiveram dificuldades na implantação porque em alguns casos isolados houve resistência local”, justificou Paulo Scaglione.

Modernas instalações em Interlagos

A sede permanente do CEOC está localizada na área administrativa do autódromo de Interlagos e é composta por setores diversos como administração, secretaria, coordenação, direção de prova, comissariado e comissões, além de um auditório com capacidade para 100 pessoas para cursos, seminários, palestras e demais atividades em grupo, ligadas ou não diretamente ao CEOC, mas desde que relacionada ao automobilismo. Equipes de sinalização, de resgate, associações de pilotos, federações, clubes e tantos mais poderão usar o espaço, bastando apenas um agendamento prévio, mediante disponibilidade, com a secretaria do CEOC.
No aspecto informatização, existem diversas plataformas de trabalho, abastecidas constantemente por conteúdo técnico, desportivo e de especialização geral sobre o esporte, que podem funcionar, a partir de um servidor instalado no próprio CEOC, separadamente ou em conjunto. Sendo assim, as plataformas destinadas ao Conselho Técnico Desportivo Nacional e para as comissões de Rali, Kart, Arrancada, Velocidade na Terra, Autódromos e Recordes poderão ser operadas em separado ou totalmente focadas em um segmento, quando a situação assim exigir.