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Nestor Valduga, presidente do CTDN (Conselho Técnico Desportivo Nacional) da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), anunciou ontem uma mudança significativa para a próxima etapa da Stock Car, que será disputada em Buenos Aires, na Argentina, no dia 29 de outubro. Está liberado o uso de doze pneus novos (três jogos) ao longo do fim de semana, com o objetivo de aumentar a segurança dos pilotos, tendo em vista que o desgaste dos compostos na corrida anterior, em Tarumã (RS), foi considerado acima da média. No total, vinte e nove pilotos tiveram problemas.
Para o goiano Ruben Fontes, que soube administrar bem o desgaste de pneus na pista gaúcha, a principal vantagem desta decisão é o fato de poder testar o carro com compostos novos antes do treino classificatório. “Antes, como recebíamos apenas dois jogos, era necessário poupar pneus e geralmente treinávamos com os mais velhos, sempre acima dos 20 km de uso. Agora, finalmente teremos condições de analisar o desempenho do carro com compostos novos, o que representa uma vantagem para todos”, analisa o piloto, quarto colocado na prova de Tarumã.
A mudança também deve reduzir um pouco a vantagem das equipes que conseguiram poupar pneus ao longo do ano. Elas estavam andando um pouco melhor que as demais na maioria dos treinos, exatamente porque podiam experimentar pneus novos. “Na corrida de Buenos Aires eu vou saber exatamente como o meu carro se comporta com compostos novos e velhos, o que será fundamental no trabalho de acerto”, revela Ruben Fontes, que gostaria apenas de ter mais treinos na programação. Segundo o goiano, a resistência dos pneus só poderia ser provada com uma sessão mais longa.
“Nosso treino da manhã de sexta-feira é muito curto e à tarde existe limite de voltas. Ou seja, ninguém vai levar os compostos ao limite para saber qual a resistência e até que ponto podemos confiar neles. O ideal seria ter um treino mais longo para resolver isso em Buenos Aires. Mesmo assim, a mudança anunciada pela CBA já será de grande ajuda”, conta o piloto, que apesar de usar um acerto que exigia bem menos dos compostos, chegou a reclamar do desgaste na fase final da prova de Tarumã. “Chamei o meu chefe de equipe pelo rádio e disse que estava preocupado, mas deu tudo certo”, afirma.