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A segunda rodada do Trofeo Linea terá no grid talvez o piloto que mais conhece os 3.145 metros do traçado do Autódromo Internacional Ayrton Senna. Mário César Bonilha, o Cesinha, ganhou enfim a oportunidade de provar em um campeonato brasileiro a competência de quem já venceu seis vezes o Paranaense de Marcas. Por causa de uma tendinite na perna direita, Luciano Kubrusly desistiu de substituir a Cláudio Gontijo na rodada dupla – 3ª e 4ª etapas – deste fim de semana. Cesinha foi a alternativa encontrada. “Estou contente com a chance que nunca tive na carreira. Se o carro estiver bom como imagino, acho que nossa equipe poderá fazer um bom trabalho aqui na minha casa”, disse Cesinha, que ficou em 13º no seu batismo com o carro de turismo do Racing Festival.
Cesinha começou nas provas de motovelocidade em 1985. Foi campeão paranaense nas 135cc e em 1988 ficou em segundo lugar na Copa Shell 350cc. A paixão pelo automobilismo começou por influência dos irmãos. Depois das motos, no início da década de 1990, passou a preparar karts para competição e também disputava provas que não conflitavam com o calendário de seus pilotos. Há dois anos, ganhou o título do Brasileiro de Endurance, mas mesmo assim não conseguiu entrar em uma categoria top do automobilismo. “Para a gente, que não tem dinheiro para bancar do bolso as competições, é muito complicado conseguir uma vaga. Por isso, passei a me dedicar ao automobilismo regional”, explicou.
Quando fala sobre a oportunidade que nunca teve como piloto, Cesinha lembra que o Brasil precisa mesmo de uma categoria como o Trofeo Linea. O intuito do regulamento do Racing Festival é proporcionar equilíbrio entre os participantes. E isso é o que faz a diferença. “Têm algumas categorias que o dinheiro faz você ser bom, te dá condições de andar na frente. A coisa mais legal do Trofeo Linea é que o dinheiro não influencia no resultado. Como os carros são muito iguais, com itens lacrados e tudo mais, ter um saco de dinheiro não é garantia de andar bem. E era uma categoria assim que o Brasil precisava, porque dá oportunidade àqueles que não têm dinheiro, mas são bons de braço”.
A felicidade de Cesinha é ainda maior pelo fato de estrear na pista onde dá aulas de pilotagem. “A gente é bastante conhecido aqui, porque nosso envolvimento com o automobilismo regional vem de muito tempo”, admitiu. Quem também ficou contente com a participação de Cesinha foi o carioca Ulisses Silva, que há duas semanas esteve em Londrina treinando. “O Cesinha é um cara sensacional, humilde e muito talentoso. Me deu várias dicas, aprendi alguns detalhes da pista…. Foi fundamental ter tido essa oportunidade antes dessa corrida. Acho que só temos a ganhar com a entrada do Cesinha na equipe”, contou Ulisses Silva.
Luciano Kubrusly também ficou satisfeito. “É maravilhoso poder contar com o Cesinha aqui, até porque ele foi excelente com o Ulisses e vai ajudar muito a gente a andar bem. Infelizmente não consegui correr nesta etapa, mas estou empolgado com a entrada do Cesinha, que é um cara batalhador e talentoso. Nossa equipe tem tudo para sair aqui de Londrina em boa posição na classificação”.