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TOLEDO (PR) – A trágica morte de Rafael Sperafico, no último domingo, em Interlagos, quando disputava a etapa de encerramento do Campeonato Brasileiro de Stock Car Light, irá interferir no futuro da carreira dos demais pilotos da família? Esta é a pergunta de jornalistas de todo o País, de fãs e torcedores. Para a família a morte de Rafael em nada irá interferir no futuro do clã Sparafico no automobilismo.
Dilso Sperafico, que iniciou toda a história da família no automobilismo em 1973, diz que todos os membros do clã envolvidos com automobilismo trabalharão para se aperfeiçoarem ainda mais e buscar vitórias e títulos como forma de homenagear o Rafa. Dilso, que é pai dos gêmeos Ricardo e Rodrigo, diz que a morte do sobrinho deve servir para se discutir a segurança do automobilismo, que precisa ser melhorada a cada ano, a cada mês, a cada corrida. Tem que sair das boas intenções para a pratica e alterar o que precisa para melhorar a segurança. Quanto a maneira de pilotar daqueles pilotos que batem com a clara intenção de jogar o concorrente para fora da pista tem que haver uma punição severa e não apenas um drive trhu e uma multa em dinheiro que também não faz sentido porque o prejudicado fica com o ônus e a CBA com o dinheiro da multa. Dilso também entende que deve ser diminuída a potência dos carros da Stock Light, pelo fato de muitos pilotos não terem habilidade necessária para dirigir um carro com essa potência. “É só observar o número de acidentes e verificar que grande parte deles é por falta de perícia e noção do que estão fazendo. Quanto a V8, havia a intenção de trocar o carro para 2008 por um carro mais seguro, mas muitas equipes não aceitaram porque teriam que fazer novos investimentos para o ano, dai postergaram para 2009, mas para minha surpresa boa parte das equipes aumentou o budget dizendo que vai ter que comprar esse novo equipamento para 2009. Ora se já estão cobrando esse equipamento novo porque não colocá-lo já em 2008? Alguém se habilita a me responder?”, frisa Dilso Sperafico.
Rodrigo Sperafico, que domingo, antes da morte de Rafael, conquistou o título de vice-campeão brasileiro da Stock Car V8, diz que a morte do primo e amigo não irá interferir no futuro de sua carreira. Ele continuará na Stock Car e sua meta para 2008 será a conquista do título para dedicar ao Rafa. “Nossa paixão sempre foi o automobilismo e continuará sendo. O Rafa morreu fazendo o que gostava. Temos que olhar mais para a segurança. Já existe uma comissão de pilotos da Stock Car, que luta para melhorar a segurança dos carros, mas que nem sempre são ouvidos. Precisamos lutar também por segurança nos autódromos. Não estou dizendo que Interlagos matou o Rafa, porque é um dos melhores autódromos do Brasil, ma as normas que são ideais para a Formula 1 podem não ser para a nossa categoria que é totalmente diferente .Também temos que discutir a segurança de autódromos como Tarumã (RS) e Londrina (PR), que não recebem melhorias há muitos anos e são extremamente perigosos”, enfatiza Rodrigo.
Ricardo Sperafico, com experiência internacional em categorias como a Fórmula 3.000, Fórmula Mundial e foi piloto de testes da Williams, diz que o momento é de dor pela perda de um membro muito querido da família, mas nenhum dos pilotos do clã vai desistir. “O Rafa queria correr, pilotava com prazer. Estava muito feliz no final de semana. Como bati na sexta-feira e não consegui classificação para a corrida, ficamos muito próximos a partir da tarde de sábado. Conversamos muito. Ele estava com um carro bom, conseguiu a segunda colocação no grid de largada. Estava cheio de planos para 2008. Tenho certeza que se tivesse sido outro membro da família que tivesse nos deixado, ele iria continuar correndo. Por isso vou correr por mim e por ele. Não será porque ele nos deixou, que vamos deixar de lutar por vitórias, comemorarmos um bom resultado. Estamos sentindo muito a sua morte, mas temos que olhar para o futuro e com certeza novos pilotos surgirão. A terceira geração está chegando e quem optar por ser piloto, só teremos que incentivá-los e passar a nossa experiência”, acentua Ricardo.
Já Milton Sperafico, o segundo membro da família a ingressar no automobilismo e pai de Guilherme, destaca que o automobilismo está no sangue dos Sperafico e continuar competindo é a melhor forma de dizer que tudo aquilo que o Rafa fez neste esporte valeu a pena. “O automobilismo é o nosso esporte. Estamos fazendo o que gostamos e sabemos dos riscos, dos perigos a que estamos sujeitos. Esperamos que a morte do Rafa se transforme numa bandeira de segurança. Não estamos culpando ou procurando culpados, mas podemos melhorar as coisas para nós e para todas as pessoas que amam automobilismo no Brasil”, finaliza Milton Sperafico.