ITUMBIARA (GO) A primeira participação em uma competição nacional de kart é sempre marcante e emocionante para qualquer piloto. Mas Paulo Roberto Galvão Filho, a Copa Brasil que está sendo disputada em Itumbiara, Goiás, é especial. Ele é deficiente, tendo a perna esquerda amputada em função de um acidente de carro quando tinha 23 anos. Aos 33 ele vai à pista com entusiasmo e com a alegria como a de um garotinho das categorias Mirim ou Cadete.
Pedro Galvão começou a competir em 2011 e estará na Copa Brasil representando o Distrito Federal na categoria F-4. Nesta temporada ele disputa o Campeonato Brasiliense e diz que descobriu o kart ao conhecer o Diogo, da Prokart, que cuida da preparação de seu kart. Sempre gostei de velocidade e ao descobrir o kart, fiquei encantado. Fui muito bem recebido por todos, os demais pilotos me acolheram bem, me dão dicas, mas quando vamos à pista, somos adversários. Os dirigentes me deram muito apoio, a CBA me orientou quais os passos deveria seguir para me tornar piloto e isto foi importante para minha adaptação. O Neco, da Techspeed, também me dá muito apoio, com muita orientação técnica. Estou muito feliz por disputar a Copa Brasil e virão muitas outras competições, acentua Paulo Galvão.
Simpático e sempre de alto astral, Paulo Galvão diz ser uma pessoa bem resolvida e se sente bem adaptado ao kart. Quero correr e me sinto como os demais colegas. O kart me ajuda muito a viver com entusiasmo. Não fico me lamentando por ter uma perna amputada. Encaro tudo com naturalidade, não sofri nenhum tipo de preconceito das pessoas envolvidas com o kart e entro na brincadeira. Sou conhecido como o Perneta. O esporte é importante para o deficiente encarar a vida com naturalidade. Recomendo o kart para as pessoas que tenham algum tipo de deficiência. Estou procurando motivar colegas para ingressar neste esporte e estou tentando trazer o Eduardo Valença, cadeirante de Brasília, para o kart.
Necessidades Especiais
Para poder competir no kart, Paulo Galvão seguiu todos os tramites exigidos pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). A primeira delas é ter a carteira PNE (Piloto com Necessidades Especiais). A segunda é com relação ao equipamento, que precisa ser adaptado ao grau de deficiência do piloto. A terceira é no local da prova em que pretende participar. Sua inscrição só é confirmada após os comissários vistoriarem seu equipamento e o médico da prova atestar que o sistema disponível na prova tem condições de atendê-lo dentro dos limites de tempo exigidos no protocolo normal em caso de acidente. A partir daí um piloto PNE passa a ser um competidor como todos os outros, que vai a pista para superar seus limites e desafiar o relógio.
A meta
Paulo Galvão tem uma meta estabelecida desde que decidiu disputar a Copa Brasil, em Itumbiara. Quer estar no pódio amanhã à tarde. Ele larga hoje em 13º e busca ganhar posições nas duas provas classificatórias de hoje e atingir seu objetivo na prova final de amanhã à tarde.
A 16ª Copa Brasil de Kart tem promoção e organização da CNK (Comissão Nacional de Kart), órgão da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), com apoio da Federação de Automobilismo de Goiás (Faugo) e do Automóvel Clube de Itumbiara.