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Gaúcho de Vacaria e há anos radicado em Luis Eduardo Magalhães, Ricardo Basso há tempos dominava as pistas baianas da modalidade Velocidade na Terra: desde 2005 ele mantém-se como campeão estadual na classe Fórmula Tubular 1.600. No início desta temporada Basso decidiu disputar todas as etapas do certame nacional e o resultado foi dos melhores: ao longo das cinco etapas de rodada dupla ele conseguiu cinco vitórias e dois segundos, dois terceiros e um oitavo lugares, combinação que lhe garantiu seu primeiro título brasileiro na temporada encerrada domingo, em Rondonópolis (MT).
Para o presidente da Comissão Nacional de Velocidade na Terra, Zilmar Sirtoli, Basso seguiu à risca a receita básica para ter sucesso no automobilismo: “Em 2008 ele fez algumas provas e intensificou seu programa de preparação física. Junto com um novo carro ele também se associou a Antelmo Poletto, preparador paranaense da região de Cascavel e que tem boa experiência no esporte”.

BUSCANDO NOVAS FRONTEIRAS – Ricardo Basso tem 30 anos e há tempos imigrou para a região de Luis Eduardo Magalhães, onde se estabeleceu como empresário na área de irrigação e com interesses na agricultura de algodão, feijão, milho e soja. A paixão típica dos gaúchos pelo automobilismo foi incluída na bagagem e não demorou muito para ele se envolver no movimento iniciado em Barreiras, cidade baiana que é um dos pólos da Velocidade na Terra no País. Desde 2005 ele é uma das referências locais na modalidade: neste período foi duas vezes vice e é o atual tricampeão. Apesar destes resultados ele não esconde que a etapa mais difícil da temporada de 2009 foi justamente a prova de abertura: “Quando cheguei a São José dos Pinhais vi um grid bem maior do que aquele que temos normalmente na Bahia e notei que a estrutura de algumas equipes era, de longe, bem maior que a minha”.
Basso explica que a “estrutura” de sua equipe é formada por ele próprio e o mecânico Antelmo Poletto, que já iniciou a revisão do carro para a próxima temporada, cujo calendário deve ser anunciado dentro de duas semanas. Veterano das corridas de Cascavel, no Paraná, Poletto comandou com o irmão Jovelino a equipe Amazul, que cuidada do Fusca de Divisão 3 do piloto Roberto Wipych e há cerca de duas décadas seguiu a rota das novas fronteiras agrícolas do País.
Se fora das pistas Ricardo Basso se espantou com os recursos de times maiores que o seu e com o número de competidores no grid, dentro dos traçados de terra dois nomes foram ganharam seu respeito em doses maiores: o mato-grossense Raijan Mascarello – um dos poucos a utilizar o chassi de José Minelli, preparado por Leandro Guerra -, e o paulista Ricardo Fragnani. “Os dois são aquilo que a gente chama de osso duro de roer”, comenta Basso com certa dose de humor. Para 2010 ele garante manter a mesma dedicação e partir em busca do bi-campeonato, mesmo sabendo que o desafio Serpa maior: “Pelo que vimos este ano, a Velocidade na Terra tem tudo para ter uma temporada das melhores em 2010, com mais carros e mais disputas”.