O equilíbrio esperado no Pré-Pan de Vela revela-se em todas as classes disputadas na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. A competição de Snipe, porém, resume com mais evidência esse equilíbrio, com cinco velejadores lutando pela vaga de representante brasileiro nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007. Após sete regatas, a dupla Alexandre Paradeda/Pedro Tinoco é a líder, com 15 pontos perdidos, mesma pontuação de Bruno Bethlem/Dante Bianchi. A parceria Alexandre Tinoco/Jucyan Okretic ocupa o terceiro lugar, 19 pontos, seguido de Rafael Gagliotti/Henrique Wisniewski, com 20.
O Pré-Pan, que reúne nove classes, prossegue nesta sexta-feira, no Iate Clube do Rio de Janeiro. Estão previstas mais duas regatas a partir das 13 horas. Se as atuais condições de vento persistirem, a competição pode terminar neste sábado à tarde.
Esse equilíbrio foi anunciado já no Campeonato Brasileiro, quando todos andaram muito juntos o tempo inteiro, lembra o gaúcho Alexandre Paradeda, campeão mundial da classe em 2001. Temos de manter a regularidade para manter-se nos primeiros lugares, completa o velejador, que obteve um quarto e um oitavo lugar nesta quinta-feira.
Já Bruno Bethlem, atual bicampeão brasileiro e campeão pan-americano, acha que quem manter-se mais tranqüilo vai levar a vaga. As condições da Baía de Guanabara estão difíceis. As marés estão complicadas, não se definem se enchem ou se vazam, comenta. Por isso, será necessária muito calma para as últimas regatas.
Alexandre Tinoco concorda com Bruno. Ele acha que a regularidade tem de ser a norma a partir de agora. Está tudo muito embolado e agora não se pode vacilar, afirma. Temos de chegar entre os primeiros para continuar na briga até a última regata.
GRANDES EMOÇÕES – No Laser, a disputa também continua acirrada. O catarinense Bruno Fontes retomou a liderança depois de vencer a primeira regata do dia e chegar em sexto no dia. Robert Scheidt, bicampeão olímpico e octocampeão mundial, voltou à segunda colocação, com um terceiro e um segundo lugares. Foram duas regatas difíceis e nada ainda está definido, diz Bruno Fontes. Acho que esta sexta-feira será um dia importantíssimo. Teremos certamente grandes emoções, completa Rober Scheidt, que tenta vaga para buscar o tetracampeonato pan-americano.
Outro que perdeu a liderança foi Maurício Santa Cruz no J/24. Daniel Glomb venceu as duas regatas desta quinta-feira e agora tem 6 pontos perdidos, contra 7 de Santinha.
No Lightining, Cláudio Biekarck venceu a sétima regata e manteve e liderança, com 8 pontos perdidos, mas George Rider (12), João Signorini (13) e Thomas Summer (14) estão na briga. No HC-16, José Roberto de Jesus e Pedro da Luz têm apenas um ponto de vantagem para Bernardo Arndt e Bruno Oliveira, após sete regatas. A mesma diferença que Adriana Kostiw tem para Viviane Béghin, no Laser Radial.
Em três classes, os líderes estão em posição mais confortável. Bernardo Low-Beer, do Sunfish, não tem adversários e completou mais duas regatas, rumo à vaga no Pan. No RS:X masculina, João Rodrigues lidera, mas ele é português. Entre os brasileiros, a liderança está com Ricardo Winicki, o Bimba, com 14 pontos, metade dos pontos de Albert Lopes. E no RS:X feminina, Patrícia Castro teve mais um dia sem vitórias, mas mesmo assim lidera, quatro pontos à frente de Patrícia Freitas.
Em busca da vaga e da sétima medalha Cláudio Biekarck passa quase despercebido entre os 161 velejadores inscritos no Pré-Pan. Comandante de um Lightning, que tem ainda Gunnar Ficker e Marcelo Silva na tripulação, Klaus, como é conhecido, tenta a façanha de disputar os sétimos Jogos Pan-Americanos da carreira e, mais do que isso, tem o objetivo de conquistar a sétima medalha da competição.
O nível da competição está muito forte e ainda é muito cedo para pensar em definições na classe. Todos estão todo o mundo andando perto, comenta Biekarck, de 55 anos, que trabalha numa incorporadora de edificações médicas e representante do Yacht Clube de Santo Amaro, de São Paulo. A dificuldade maior neste início de competição é a adaptação à raia da Baia de Guanabara, que tem correntes muito variáveis. É mais difícil ainda porque estamos acostumados a velejar numa represa, na Guarapiranga.
Biekarck ganhou medalha de prata no Pan do México, em 1975, no Finn. Depois disso, no Lightning, ganhou ouro em Caracas/1983, prata em Mar del Plata/95 e em Winnipeg/99, e bronze em Indianápolis/87 e em Havana/91. Em Santo Domingo, a Lightning foi retirada do programa.
Lars Grael visita o Pré-Pan – Coordenador técnico da Vela junto ao Comitê Olímpico Brasileiro, Lars Grael esteve nesta quinta-feira visitando o Iate Clube do Rio de Janeiro. Satisfeito com a organização e com o desempenho dos velejadores nas regatas, Lars festejou a notícia de que a ODEPA aceitou utilizar a Marina da Glória como sede das provas de vela no Pan.
É o fim da fofoca, resumiu. A Marina da Glória precisa de poucas adaptações e, sem dúvida, com o que já tem lá reúne condições muito melhores do que as que vimos na Olimpíada de Atlanta, em 96, por exemplo. Agora devemos pensar no futuro e conciliar objetivos, de forma a que tenhamos uma estrutura capaz de concorrer à sede da Olimpíada de 2016, comentou.