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O Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck de 2009 chega ao seu final coroado pela prova mais disputada da temporada, indicando na emocionante vitória de Roberval Andrade (Scania) o campeão do 14º ano da categoria: o paulista Felipe Giaffone (Volkswagen) da equipe RM Competições Volkswagen.
É o segundo título do piloto que veio da F-indy em 2005 e fez três temporadas inteiras na F-Truck sagrando-se campeão também em 2007. “Estou muito contente com o título. Foi uma das corridas mais complicadas da minha vida. Fiquei o tempo todo entre estar com o título na mão e perder a qualquer momento. Quando estava em quarto, eu era o campeão, mas se caísse para quinto, com o Cirino (Wellington) vencendo eu estaria fora da disputa”, contou o campeão, das angústias pela qual passou na prova. A equipe de Renato Martins comemorou também o campeonato de marcas, conquistado pela Volkswagen na prova anterior em Curitiba.
Os momentos angustiantes de Felipe na verdade duraram quase que a corrida toda, num total de 27 voltas das 34 percorridas. O alívio só veio com a quebra do equipamento de Cirino, que abandonou a prova na 27ª volta. Mesmo assim a corrida continuou agitada e com alternâncias de posições no pelotão da frente. Antes, Felipe ainda tinha seu companheiro de equipe Valmir Benavides como concorrente, que em desvantagem por largar na 24ª posição (foi penalizado na tomada de tempo de sábado por queima de radar) vinha fazendo uma boa corrida de recuperação. Mas Benavides voltou a sofrer com a falta de sorte na quebra de um sensor que tirou completamente o desempenho de seu caminhão na 14ª volta. As quebras ainda pegaram o goiano Leandro Reis (Scania) que se segurou na segunda posição na prova durante 17 voltas, o paulista Vinicius Ramires (Mercedes-Benz), o pernambucano Beto Monteiro (Iveco), o paranaense Leandro Totti (Ford), o gaúcho Regis Boessio (Volvo), os paulistas Adilson Cajuru (Iveco) e José Cangueiro (Mercedes-Benz) e o goiano Zé Maria Reis (Scania).
Antes da quebra de Cirino, a Mercedes-Benz parecia estar prestes a marcar mais uma dobradinha no ano (seria a terceira). Cirino e seu companheiro de equipe Geraldo Piquet se mantiveram em primeiro e segundo durante dez voltas. Foi quando aconteceu o furacão Roberval Andrade, que vindo da 18ª posição no grid de largada veio atropelando todos os concorrentes e ganhando posições a toda volta. “Na primeira parte eu ainda fui mais conservador, mas depois que tive que reparar o problema hidráulico no meu caminhão, pedi permissão para a equipe para ir para o tudo ou nada. Poderia ter quebrado, mas fui feliz na opção”, comemorou Roberval Andrade.
Na sua despedida da pista o sorocabano Djalma Fogaça (Ford) que garantiu que no ano que vem passa a ser apenas o dono da equipe DF Motorsport, terminou sua carreira de piloto em alto estilo. Ele foi uma das estrelas da prova largando na 19ª posição e passando em quinto na 23ª volta, pressionando o Volkswagen de Renato Martins. “Eu estava tranqüilo atrás do Felipe, fazendo o papel de escudeiro do meu companheiro para ele continuar em quarto na corrida, quando vi o cabeção (apelido do Fogaça entre os pilotos) já no final da corrida”, brincou Renato Martins na coletiva de imprensa. Fogaça se despediu emocionado, lembrando que foi terceiro colocado em Brasília, mesma posição marcada na sua estréia na F-Truck em 1997 em Tarumã, RS. “Considero-me abençoado por Deus por tudo que o automobilismo me deu até hoje”, finalizou Djalma Fogaça, um dos pilotos de mais vitórias e títulos do país.