Irregularidades técnicas detectadas nos caminhões dos seis primeiros colocados são passíveis de desclassificação, segundo o Anexo J da Federação Internacional do Automobilismo. A CBA, Confederação Brasileira, porém, puniu as equipes apenas com multa
Uma decisão dos comissários da Confederação Brasileira de Automobilismo após a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck, disputada na tarde de hoje, em Goiânia, deixou indignados os componentes de algumas equipes, entre elas a DF Motorsport, comandada por Djalma Fogaça.
Na verificação técnica feita após a corrida deste domingo, foram detectadas irregularidades nos caminhões Mercedes-Benz e Volkswagen – que ocuparam as seis primeiras posições do resultado final. No caso da primeira, foi descumprido o item 1.18 do Regulamento Técnico da categoria, que aponta: Obrigatório ter uma chave geral, devidamente identificada, instalada na parte interna da cabina e de fácil acesso, que deverá estar fixada no assoalho da cabine e entre a porta (lado do piloto) e o banco do piloto.
Já no caso da Volkswagen, a irregularidade estava no item 3.6.2 do mesmo regulamento: É obrigatório soldar uma alça esquerda e uma alça direita, na parte superior da aba do chassis em sua parte traseira, perto da quinta-roda, para resgate aéreo do caminhão, com capacidade mínima de 10 toneladas cada alça
De acordo com chefes de equipe e pilotos da categoria, as duas situações são passíveis de punição com desclassificação por serem relacionadas a itens de segurança do regulamento, seguindo o Anexo J da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A CBA, que rege o automobilismo brasileiro, porém, puniu os envolvidos apenas com multas.
A CBA não cumpriu seu papel de fazer valer o regulamento, e até mesmo os representantes da Volkswagen, liderados por Renato Martins, exigiam que se cumprisse o regulamento e que todos os caminhões, inclusive os deles, fossem desclassificados, comentou Djalma Fogaça, cuja equipe representa a Ford na categoria.
Nossos caminhões estão dentro do regulamento. Então, é de total interesse nosso que os regulamentos sejam cumpridos. No entanto, tomada essa decisão pelos comissários e membros da CBA, ficou preservada a imagem dos envolvidos que estavam fora do regulamento, completou Fogaça.
Caso fossem aplicadas desclassificações para os caminhões envolvidos, o resultado da corrida de hojeo sofreria uma reviravolta – e Danilo Dirani, que cruzou a linha de chegada em oitavo lugar com um caminhão Ford, subiria para o segundo posto.
Seríamos vice-líderes do campeonato caso a regra fosse aplicada da maneira correta, mas infelizmente o automobilismo brasileiro tem atitudes como essa, lamentou Fogaça.
Em Goiânia, a CBA deu o caso como decidido apenas com a aplicação de multas. Outras equipes ou competidores, porém, podem recorrer da decisão nos tribunais da entidade.