Em dez anos de carreira internacional, o piloto Mario Haberfeld teve a oportunidade de trabalhar com alguns dos principais chefes de equipe do mundo. Foi campeão com Jackie Stewart na F-3 Inglesa, piloto de testes sob o comando de Ron Dennis na Fórmula 1 e correu com o escocês Derrick Walker na Champ Car. A soma desta experiência com a noção exata das dificuldades enfrentadas por quem quer fazer carreira no exterior levou o piloto a tomar uma decisão importante no início desta temporada. Tornou-se sócio da equipe Haberfeld & Walker Racing na Fórmula BMW Norte-Americana, com o objetivo de facilitar o ingresso de brasileiros que desejam correr profissionalmente fora do país.
O trabalho de Mario Haberfeld na busca por talentos do kartismo e das categorias de base nacionais começou há alguns meses, mas na próxima semana ele estará em São Paulo apresentando oficialmente o projeto, em evento para imprensa, marcado para quinta-feira, dia 9 de novembro. Sempre tive muita ajuda no exterior. Primeiro do Rubens Barrichello na Europa. Depois, do Christian Fittipaldi nos Estados Unidos. Quero fazer o mesmo pela próxima geração de pilotos brasileiros. Tenho uma visão diferente dos demais chefes de equipe, porque continuo correndo e sei o que é melhor para o piloto, sei ver o que ele precisa para progredir na carreira, afirma Mario Haberfeld, atualmente na Grand Am.
Exatamente por este motivo, ele escolheu uma categoria de base para começar sua trajetória como dono de equipe. E optou justamente por um campeonato que tem crescido bastante no mundo inteiro, com o suporte de uma montadora envolvida diretamente com a principal categoria do automobilismo. Hoje, a Fórmula BMW é disputada nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha e na Ásia, com uma final mundial que oferece como prêmio um teste na equipe BMW de Fórmula 1. Nas pistas norte-americanas, o campeonato faz a preliminar de duas corridas da própria Fórmula 1, além de algumas etapas da Champ Car, Grand Am e ALMS, oferecendo boa visibilidade aos pilotos.
Quero usar minha equipe na Fórmula BMW e meus contatos no automobilismo para ajudar os pilotos que saem do Brasil sem saber muito bem o que espera por eles nas pistas do exterior. Como o Derrick Walker tem equipes também na Fórmula Atlantic e na Champ Car, quem corre conosco pode ter um planejamento muito bem traçado para o futuro, seja para se profissionalizar nos Estados Unidos ou para usar as categorias norte-americanas como ponte para as pistas européias, comenta Mario Haberfeld. Sem contar que começar pelos Estados Unidos significa estar num ambiente tão profissional quanto o Europeu, só que mais barato e amigável, analisa.