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O piloto Helio Castroneves, do Team Penske de Fórmula Indy, esteve ontem em Indianapolis, no estado norte-americano de Indiana, para uma reunião com o presidente da Indy Racing League (IRL), Randy Bernard. Na ocasião, o brasileiro pôde dar a sua versão sobre os acontecimentos de Edmonton e sua reação nervosa à punição sofrida. Reafirmou, entretanto, que foi punido injustamente.
Em clima cordial, Castroneves ouviu de Bernard que sua atitude estava sujeita a punição disciplinar, passível inclusive de suspensão de algumas corridas, mas optou pela multa em respeito aos fãs, pelo o que representa o piloto para a categoria e por saber que a reação de Castroneves, de fato, não corresponde à pessoa e esportista que ele realmente é.
“Quero agradecer a Randy Bernard por se encontrar comigo. Embora a minha decepção com a punição provavelmente irá permanecer comigo para sempre, acato a decisão da IRL em me penalizar por minha reação. Estou pronto para seguir em frente e esperando um grande resultado em Mid-Ohio neste fim de semana”, disse Castroneves.
“Este esporte é tão competitivo que as emoções estão sempre em alta”, disse Bernard. “Entretanto, isso não justifica o comportamento de Helio. Esta é uma questão muito séria e nós pesamos todas as opções, incluindo a suspensão. Mas sentimos que a suspensão feriria os fãs mais do que ninguém. Os fãs usam o seu dinheiro suado para ver os melhores pilotos do mundo e muitos compram seus bilhetes para ver o Helio. Ele é um grande embaixador do esporte e nós sabemos que suas ações após a corrida em Edmonton não fazem parte de seu comportamento normal”, afirmou o presidente da IRL.

ENTENDA O CASO – Apesar de Castroneves ter sido o grande vencedor da Honda Indy Edmonton, a 11ª etapa do 2010 IZOD Indycar Series disputada no dia 25 de julho no Canadá, os pontos da 1ª colocação foram atribuídos ao neozelandês Scott Dixon, da Chip Ganassi Penske.
De acordo com o comissário chefe de corridas da Indy Racing League, Brian Barnhart, Castroneves foi penalizado por, no entender das autoridades desportivas da prova, ter bloqueado o australiano Will Power (Team Penske) quando da relargada na volta 92. Os protestos não foram aceitos em razão de o regulamento da categoria não admitir recurso para bandeira preta (drive-thru), mesmo neste caso, quando não houve tempo para que a punição fosse cumprida. A prova foi encerrada na volta 95 e o brasileiro confirmado como o 10º colocado, pois teve 20s acrescidos ao seu tempo final.
Claramente contrariado, o piloto se dirigiu a alguns funcionários da IRL, de maneira nervosa, pedindo para falar com Barnhart. Ele queria uma explicação do dirigente para saber o motivo de sua punição. Seu comportamento, classificado por ele próprio como não adequado, foi alvo de multa por ser considerado infração disciplinar.
“Obviamente que eu não concordo com as decisões tomadas pelos organizadores da corrida. Foi um absurdo, pois eu não desviei minha trajetória”, disse Castroneves. Entretanto, o piloto lamentou o fato de ter agido de maneira emocional após a prova. “Não há desculpa para minhas ações depois da bandeira quadriculada. Peço desculpa à minha equipe, os nossos patrocinadores, fãs e toda a comunidade IZOD IndyCar Series pelo meu comportamento. Minhas ações foram totalmente erradas e agi de forma inadequada em relação a algumas pessoas que são minhas amigas e que eu respeito muito. Sou uma pessoa muito emocional e hoje eu deixei minhas emoções me dominarem. Sinto muito por isso”.