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SÃO PAULO – O paulista José Vitte, acidentado na abertura da rodada dupla do Trofeo Linea domingo em Interlagos, deverá ficar pelo menos mais dois dias internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O piloto da W Racing sofreu fratura da clavícula direita e de duas costelas, além de luxação nos pés, em decorrência da forte batida contra o muro na Subida do Café. Vitte perdeu o controle do carro da nova chicane e não conseguiu evitar o violento impacto frontal. Ao mesmo tempo, o carioca Ulisses Silva, que capotou espetacularmente cinco vezes na saída da Curva do Lago na segunda bateria, foi atendido inicialmente pelo corpo médico da organização, transferido para o Hospital São Luiz para exames complementares e, a seguir, liberado para viajar para o Rio de Janeiro ainda no mesmo dia.
Vitte retornava à categoria depois da participação em Brasília e desconhece as causas do acidente. “O que sei é que aquela chicane é muito perigosa. Eu até havia comentado isso na véspera com a equipe, depois dos primeiros treinos livres. O carro parecia um míssil rumo ao muro. O que salvou minha vida foi o protetor cervical. Nunca havia passado por nada parecido nestes meus anos de automobilismo”, comentou. Vitte fez exames de raio X, ressonância magnética por todo o corpo e vem sendo regularmente submetido a exames de sangue para prevenir o risco de hemorragia interna. “As dores ainda são intensas. Os médicos vão decidir nas próximas horas será necessário algum tipo de cirurgia ou se adotarão um tratamento mais conservador”, explicou.
Silva elogiou o rápido e eficiente trabalho da equipe de resgate e dos médicos que o atenderam ainda na pista. Como se queixava de dores, foi transferido para o Hospital São Luiz, onde passou por exames de imagem que nada constataram. “Parece incrível, mas não tenho nenhum arranhão. Nunca sofri uma pancada dessas. O carro do Trofeo Linea mostrou estar em dia em matéria de segurança”, disse. Depois de receber o toque de Popó Bueno, Silva capotou cinco vezes antes de parar com o carro na posição correta sobre a barreira de pneus. “Mal percebi a primeira virada. Eu estava em plena aceleração e, na segunda, levantei o pé e tirei as mãos do volante. Depois da terceira, apaguei e só fui recobrar a consciência com a chegada do resgate”, lembrou. Vascaíno doente, a ponto de correr com as cores e o logo do clube da Colina, Silva acredita que a fé no time de coração também pode ter dado uma forcinha. “A cruz de malta ajudou a me salvar”, brincou.
De volta à sua cidade, Silva recebeu a recomendação dos médicos de apelar para os analgésicos caso voltassem as dores na cabeça, nas costas e nos ombros. O carro, seriamente danificado, foi transportado de volta para a sede da equipe comandada por Cesinha Bonilha em Londrina para uma análise minuciosa que determinará a extensão dos danos. “Ainda não há um parecer definitivo, mas a chance de perda total é de 90%. De qualquer forma, ainda que o chassi possa ser recuperado, não ficaria pronto a tempo da próxima etapa no mês que vem em Curitiba. Vamos ter de arrumar outro carro junto à organização”, concluiu.