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SÃO PAULO (SP) – Os africanos mantiveram a hegemonia na 85ª Corrida Internacional de São Silvestre, disputada na tarde de hoje, com largada e chegada na Avenida Paulista. O queniano James Kwambai garantiu a segunda vitória consecutiva, enquanto Pasalia Chepkorir, também do Quênia, venceu em sua estreia na competição, que reuniu o número recorde de 21.000 inscritos.
A alagoana Marily dos Santos foi a brasileira mais bem colocada, terminando em terceiro lugar, seguida da mineira Maria Zeferina Baldaia e da piauiense Cruz Nonata da Silva, que completou o pódio. No masculino, o brasileiro mais bem colocado foi o brasiliense Clodoaldo Gomes da Silva, que ficou em oitavo lugar.
Kwambai, que vive o melhor momento de sua carreira, assumiu a liderança da prova no quilômetro 8, depois de o tanzaniano Martin Sulle ter ficado na frente até o km 6. Kwambai não foi mais ameaçado até cruzar a linha de chegada, completando os 15K em 44m40s.
No feminino, Pasalia Chepkorir esteve sempre no grupo da frente e, aos poucos, com ritmo forte, seguro e constante, abriu vantagem e venceu com 52min30 – 29 segundos de vantagem sobre a sérvia Olivera Jevtic, segunda colocada.
Mais uma vez a São Silvestre fez uma grande festa por ruas e avenidas de São Paulo. Com temperatura na largada do feminino de 32 graus e umidade relativa do ar em torno dos 48%, exatamente às 16h25, as atletas de elite mantiveram um ritmo forte no início, mas não foram concorrentes para Pasalia, de 21 anos, 1,42m e 37 kg, que no início de dezembro ganhou a Volta Internacional da Pampulha, também com muita facilidade.
Na véspera, na entrevista realizada no Hotel Hilton Morumbi, ela não teve medo em afirmar, com simplicidade, que ganharia a prova. “Corrida de rua é muito simples. É treinar bem e correr rápido. E eu treinei e estou correndo rápido para ganhar”, disse a campeã da São Silvestre.
A largada da categoria elite masculina e geral foi dada às 16h42, com um calor de 31 graus. Os três primeiros colocados foram quenianos: o bicampeão James Kwambai, Elias Chelimo (vencedor da Maratona de São Paulo e da Meia Maratona do Rio deste ano) e Robert Cheruiyot, tetracampeão da Maratona de Boston e que tentava também o tetra da São Silvestre. O pódio foi completado por dois colombianos: Diego Colorado (quarto) e William Naranjo, quinto, a mesma colocação obtida em 2008.

FELICIDADE – Marily, que repetiu o terceiro lugar no ano passado, dançou ao cruzar a linha de chegada. “Treinei para dar trabalho para as quenianas e alcancei o meu objetivo. Mostrei que com um bom treinamento podemos correr de igual para igual com as africanas”, disse a atleta, que mora e treina na Bahia.
Já Pasalia, mesmo com todo o otimismo mostrado na véspera e a boa atuação na prova, achou o percurso muito difícil. “A corrida tem muitos aclives e declives, o que interfere um pouco no ritmo. Eu, pessoalmente, não gosto de descidas”, lembrou a campeã. “Fiz uma estratégia de ficar entre as primeiras até metade da prova e depois impor meu ritmo mais forte”.
Embora tenha vencido bem, o campeão do masculino pediu desculpas por não ter conseguido um tempo melhor. “Infelizmente não consegui fazer uma boa preparação este ano por ter me desgastado muito na Maratona de Nova York. Gostaria de ter vencido com uma marca melhor”, disse James Kwambai. “Acho que a umidade alta me atrapalhou um pouco também. O momento mais difícil da prova foi no km 9, quando tive de deixar de vez o pelotão”.
Elias Chelimo, o vice-campeão que conhece bem o Brasil, fez questão de elogiar os organizadores da prova, enquanto Robert Cheruiyot admitiu ter sentido o ritmo forte da prova no km 10. “A prova foi muito difícil e, embora não tenha vencido novamente, estou feliz por ter subido ao pódio”, completou Robert, que ganhou também a Maratona de Chicago, Londres e Milão.
Clodoaldo Gomes da Silva comemorou muito o fato de ter sido o brasileiro mais bem colocado. “Me sinto um vencedor”, garantiu o atleta treinado por Adauto Domingues, que orienta também o bicampeão da Maratona de Nova York, Marilson Gomes dos Santos. “Estou tão feliz hoje como estava há quatro anos, quando terminei a São Silvestre em segundo lugar”.
Dois dos favoritos brasileiros não foram bem. Franck Caldeira terminou em 23º lugar, com 47min55s, enquanto Giomar Pereira da Silva ficou na 42ª colocação, com 49min20s. Entre as mulheres, a etíope Derartu Tulu ficou em sexto, a queniana Margaret Okayo terminou em 28º, e as brasileiras Marizete Moreira e Lucélia Peres foram 16ª e 24ª, respectivamente.
A São Silvestre deste ano distribuiu a maior premiação de sua história, com R$ 139,6 mil, sendo que os campeões no masculino e no feminino levaram para casa R$ 28 mil.

Classificação da 85ª São Silvestre

MASCULINO
1º) James Kwambai (QUE) – Nike – 44m40s
2º) Elias Chelimo (QUE) – Nike – 44m58s
3º) Robert Cheruiyot (QUE) – Nike – 45m30s
4º) Diego Alberto Colorado (COL) – Porvenir – 45m32s
5º) William Naranjo (COL) – Porvenir – 45m36s
6º) Marco Joseph Marco (TAN) – Fila – 46m14s
7º) Stanley Biwott (QUE) – Fila – 46m33s
8º) Clodoaldo Gomes da Silva (BRA) – Asic/Adauto Domingues – 46m40s
9º) Francisco Barbosa dos Santos (BRA) – Asic/Adauto Domingues – 46m47s
10º) Kipkemei Mutai (QUE) – Kenia Athletic Luasa – 46m53s

FEMININO
1º) Pasalia Chepkorir (QUE) – Nike – 52min30s
2º) Olivera Jevtic (SER) – Adidas – 52min59s
3º) Marily dos Santos (BRA) – Multsport/Caixa – 53min35s
4º) Maria Zeferina Baldaia (BRA) – E.C. Pinheiros – 53min58s
5º) Cruz Nonata da Silva (BRA) – BM&F Bovespa – 54min10s
6º) Derartu Tulu (ETI) – Mizuno – 54min25s
7º) Zenaide Vieira (BRA) – Rede Atletismo – 54min40s
8º) Margaret Karie – (QUE) – Fila – 54min46s
9º) Maurine Kipchumba (QUE) – Kenia Athletic Luasa – 54min52s
10º) Sueli Pereira da Silva (BRA) – 54min59s