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SÃO PAULO (SP) – O queniano Robert Cheruiyot confirmou a condição de grande estrela e conquistou o tricampeonato da Corrida Internacional de São Silvestre, disputada na tarde d ontem por ruas e avenidas da cidade de São Paulo. Ele fez uma prova perfeita ultrapassando a 700 metros da linha de chegada a compatriota Alice Timbilili, a campeã feminina. Marizete Rezende, segunda colocada, e Anoé dos Santos Dias, terceiro, foram os brasileiros mais bem colocados na prova.
Com 20 mil atletas inscritos, recorde absoluto na história, a prova de 15 quilômetros foi disputada sob calor de 30 graus e com 40% de umidade relativa do ar. Sem chuva, os atletas tiveram dificuldades para impor um ritmo mais forte. Mesmo assim, Robert Cheruiyot, tricampeão da Maratona de Boston, campeão da Maratona de Chicago e agora tricampeão da São Silvestre, completou a distância em 45min07s – 55 segundos à frente do compatriota Patrick Ivuti, segundo colocado.
No feminino, Alice Timbilili também liderou desde o início, mas impôs uma diferença menor para Marizete Rezende, campeã da São Silvestre de 2002: 29 segundos. A brasileira, que chegou a ficar mais de 100 metros atrás da líder, reagiu na parte final da prova, num grande esforço e mostrando grande força de vontade.
“O tempo estava muito quente e úmido, mas eu estava muito bem no começo e correndo fácil. Com isso, resolvi aumentar o ritmo. Quando ganhei das outras vezes (2002 e 2004), não estava tão quente. Além disso, nas vitórias, eu vinha de quatro vezes seguidas correndo a prova. Só lembrava que o final da prova era dificil, mas não lembrava exatamente como era a subida do final. Mas como estava muito bem, resolvi que dava para arriscar”, disse o tricampeão, que beijou o chão após cruzar a linha de chegada.
“Para nós, quenianos, é mais fácil correr na frente porque temos uma série de atletas que estão sempre entre os primeiros. Temos muita gente com potencial para correr, que podem puxar os outros”, explicou Cheruiyot.
Patrick Ivuti comemorou bastante o segundo lugar. “Foi uma boa corrida. Estou em início da temporada. Estou feliz porque dei o meu melhor. Claro que gostaria de vencer, mas Robert é um grande atleta e mereceu a vitória”, comentou.
Já o melhor brasileiro não escondeu a felicidade pelo terceiro lugar. “Fiquei muito feliz com o pódio e consegui atingir o resultado porque fui favorecido pelo clima quente. Consegui encaixar bem os treinos com a prova”, vibrou o atleta de 27 anos, que não estava entre os favoritos brasileiros, e que treina em Jardinópolis, cidade bastante quente da região de Ribeirão Preto.
A campeã Alice Timbilili, que disputou a prova pela primeira vez, achou o percurso muito difícil. “Mesmo acostumada com montanhas, achei a subida da Brigadeiro muito íngreme. Nos primeiros cinco quilômetros estive com outras atletas, mas depois abri vantagem”, lembrou a atleta, que gostou da aproximação de Marizete. “Quando chegou mais perto, ela me empurrou para a chegada.
Marizete Rezende enfrentou muitas dificuldades na prova e por isso comemorou a segunda posição. “Não consegui largar forte porque senti uma certa indisposição. Precisei me esforçar bastante, mas treinei bem e fui buscando a adversária”, comentou. “Não senti dor muscular, mas o problema no início me tirou a força na chegada. Quero ainda vencer as quenianas. Quem sabe no ano que vem.”
Maria Zeferina Baldaia, campeã da São Silvestre de 2001, também ficou feliz. “Venho de bons resultados nos últimos três meses. Depois de dois anos de problemas físicos, só tenho a agradecer a Deus”, disse.
Os mineiros Franck Caldeira e Lucélia Peres, campeões de 2006, abandonaram a prova entre o quinto e o sétimo quilômetro de corrida. Franck forçou o ritmo e perdeu a energia para continuar. Já Lucélia sentiu a contusão que quase a tirou da São Silvestre: dores na sola do pé direito.
PRÊMIO EXTRA -Tanto Marizete, da equipe Mizuno/Damha/Bioset, quanto Anoé, da Acqua Flora, ganharam como incentivo, além da premiação normal pela classificação, uma moto Yahama Neo cada um, por serem os brasileiros mais bem classificados.
Com novas áreas de largada, criadas para dar maior conforto ao número recorde de participantes, a prova foi mais uma vez uma verdadeira festa para os amadores, que representaram 26 dos 27 estados do país. Outra novidade foi a mudança dos horários de largada. O pelotão da elite feminina largou 7 minutos à frente da elite masculina e os líderes da duas categorias se encontraram na reta final da prova, dando mais emoção à corrida.